Procurando
resolver certa dúvida com a carta topográfica “Pedra Branca Do
Araraquara”, tempos atrás me surpreendeu a informação “de mão
beijada” sobre a existência de uma cachoeira no Rio Itararé
(divisor entre Tijucas Do Sul e Guaratuba), num ponto ao norte da
BR-376, cuja margem oposta dá acesso ao Morro dos Perdidos. Não a famosa (ou melhor, as famosas) que ficam dentro da propriedade, e que
são o complemento ideal para o passeio no cume, mas outra, nominada
“Cachoeira Dos Jesuítas”. Fato raro, pois quando muito
encontra-se nesses mapas apenas um tracinho situando a queda, ou às
vezes uma desinteressada abreviação “Cach”, como foi o caso da
Colle, em Quatro Barras.
Antes de
formar a atraente visão que se tem até mesmo da estrada, o rio
Itararé desce a floresta da encosta leste do Morro Araçatuba, e
passa (provavelmente) por cascatas menores, até atingir as grandes
quedas que estão a 'módicos' dez reais de distância do visitante.
Menos gente sabe que a beleza não termina ali, e que para baixo da
ponte há outra cachoeira, com características distintas, cuja
trilha inicia à esquerda da rodovia, a 310m da P.R.F.
O percurso
começa atravessando um filete d'água que corre paralelamente à
pista, onde a descida é suave, mas o barranquinho oposto é bem
íngreme; sendo este o único ponto ruim do primeiro trecho. Pouco
antes da chegada, vê-se um outro caminho, para a direita, que leva ao
topo da cachoeira; e quem optar por conhecê-lo deve cuidar bastante
com o declive. É uma larga queda d'água, que não lembra as da
Serra do Mar e litoral, e sim as da região central do estado. O poço
é amplo, e de frente para ele as rochas são fendidas de modo que
parece proposital, como para o visitante se sentar diante dela com
certo conforto.
Abaixo do poço, a água corre por mais uma parte
espraiada, aonde se chega pela esquerda, por uma pedra bem no canto,
evitando com isso passar entre as do meio. Ao cruzar esse ponto, com
maior distância da cachoeira, pode-se tirar ótimas fotos. Também se
nota que à jusante, o desnível do rio continua, e muito. Forma-se
uma longa cascata, bem aberta, não muito íngreme, mas também
bonita. Na margem direita é fácil perceber uma trilha que acompanha
o rio e segue paralela a ela, entre um pouco de mata, mas com boa
vista desde alguns pontos. A trilha alcança uma parte do rio onde a
água perde velocidade; até ali ainda se vê indícios de presença humana.
Depois já não é inequívoca, e exige em alguns pontos que se ande
pelo rio, mas em parte rasa. A recompensa, mais adiante, é um local
aberto onde a água se divide e forma cascatas menores, uma das quais
mais vertical, ponto esse bem menos frequentado. Chega a ser um local
mais agradável que o poço maior. Do barranco direito vem uma certa
trilha, que inicia na chácara vizinha, cujo dono foi quem me
indicou essas cascatas, às quais eu já pretendia ir porque
suspeitava da existência. Desde a BR são aproximadamente 600m de
caminhada até elas. Mas qual exatamente é a Cachoeira dos
Jesuítas, mostrada no mapa? Só viria a descobrir isso 2 anos depois.
Álbum no Google Fotos: https://photos.app.goo.gl/AYVBinRdCrHNWzob6
Dentre os muitos ônibus que passam pela localidade, só duas empresas a atendem; uma é a Catarinense, que só serve na ida, porque na volta não para na estrada. Paga-se a passagem inteira até Garuva. A empresa que serve na ida e na volta é a Expresso Maringá, com os ônibus que vão para Guaratuba. Recomenda-se embarcar não na rodoviária de Curitiba, encarecida pela taxa de embarque, e sim na Agência Pinheirão de são José dos Pinhais, onde os primeiros horários de ida são 07:20 e 11:20; e os últimos de volta são 12:15. 14:45, 16:20, 18:45 e 20:15. R$17,80. Há o risco de o ônibus vir lotado e não parar na estrada. Mais que em outros lugares, sem entrar em detalhes, desaconselha-se pegar carona ali. Horários consultados em 06/2017. O telefone da agência é 3384-2647; mas quase nunca atendem.
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